domingo, 14 de dezembro de 2008

Poemas Classificados no FESTIRIODOCE 2008

1º Lugar

CARÊNCIA
Paulo César Velame

Tenho saudades de um abraço,
De um afago, de um beijo.
Sou pássaro triste e cheio de desejo.
Tenho saudades do amor,
Do fogo da paixão.
Vivo engaiolado e sem nenhuma emoção.
Tenho saudades da vida
_ De tudo da vida _
Por fim, às vezes,
Me sinto tão só
Que chego mesmo a ter
Saudades de mim.


2º Lugar

Silêncio Ocular
Ítalo Chesley Gomes da Silva

Sinto falta dos teus olhares calados
Passos que nos aproximam
Sinto falta de te procurar entre tantas pessoas
Te olhar e admirar sua sutil beleza
A abordagem inesperada
Sua reação imprevisível
Tive medo, tive coragem
Te falei o que me veio à cabeça
Eu te observava há tanto tempo
Te perseguia por tantos becos
Acompanhei teus passos enquanto pude
Você me disse o que eu já imaginava
Mas, disse do seu jeito
Que me contagia
Seu silêncio amável
São se destaca, não se esconde
Corresponde aos olhares que te dou
Não sei o nome do que sinto
Só sei que sinto
E foi você quem despertou.


3º Lugar

CARÊNCIA
João Nunes Leite

Uma lágrima lenta e triste
Rola-me dos olhos cansados,
Da esperança que ainda consiste:
Ver meus ideais alcançados.

Quando uma tristeza invade,
Mesmo de leve o meu ser,
Junto vem a dor da saudade,
Saudade que não consigo saber.

Às vezes sinto que algo me falta,
Lastimo ter que dizer em voz alta
Esta carência que me devora.

Mas, se me virem acaso tristonho,
Tranqüilizem-se porque ainda sonho,
Encontrar o que quero, sem demora.


4º Lugar

Suspiro
Rosária Miguel de Oliveira

Um lírio!
Um sopro!
Um grito!
Uma fé vibrante!
Um pulsar constante!
Uma dor dilacerante!
Uma febre insistente!
Uma esperança urgente!
Um desejo ardente!
Um sentimento quente!
Uma conquista brevemente!
Advindo de um poder pulsante!


5º Lugar

POEMA ÀS MÃES
Geraldo Barros Moreira

Mãe,
Dizem que poetas são almas grandes que habitam o mundo da esperança.
Dizem também que a inspiração os cutuca no meio da noite
E, inquietos, começam a escrever coisas bonitas para pessoas bonitas.
Bonitas, não no sentido estético da palavra mas, na forma mais abrangente da ternura.
Aquela ternura mãe, que vocês tão divinamente sabem distribuir.
E dizem mais:
Dizem até, que dos poros dos poetas não só brota suor
E que, em algumas vezes, brotam até lágrimas.
Pois eu, mãe, gostaria de ser poeta pelo menos por um dia.
Pra mim, basta um dia.
E eu te cobriria de alegria
Aquela alegria que estou sempre te roubando com as minhas traquinagens.
Se eu fosse poeta por um dia, mãe
Eu te buscaria a noite mais linda
E se essa noite, aos teus olhos, não parecesse bela,
Eu a rasgaria e dela extrairia a lua.
E se mesmo assim, mãe,
Essa lua não fizesse teus olhos brilhar,
Ah! Eu faria loucuras!
Para te alegrar,
Eu ousaria ser o próprio luar!
Porque, pra mim mãe,
O teu dia são todos os dias.

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